setembro 19, 2010

Despertar

Quando acordei percebí que as coisas estavam diferentes, as pessoas estavam diferentes, eu estava diferente.
Me ví preso a um corpo limitado de muitas maneiras, sendo tratado por pessoas que nunca ví antes.
Com o passar do tempo fui reestabelecendo meu controle sobre minhas ações e pude perceber que estava melhorando muito. Os estranhos ficaram muito orgulhosos de mim, diziam que eu iria longe dessa maneira.
Quando finalmente me reestabelecí, partí.
Os estranhos que cuidaram tão bem de mim choraram e se despediram me desejando sorte na vida.
Sorte na vida? Mas eu já viví tanto, havia visto e vivido coisas muito além da imaginação daquelas pobres pessoas. Eles me ensinaram muito, afinal, as coisas haviam mudado.
Não conseguia parar de pensar nos tempos antigos.
No caminho do meu novo lar, comprei um espelho.
Ao longo do trajeto fui admirando minha nova feição, satifeito com minha nova aparência.
Enquanto estava na condução, olhei para as pessoas nas ruas e percebí como nem tudo era diferente do meu tempo.
Ainda eram seres humanos e suas relações entre sí.
As roupas mudaram.
Os costumes mudaram.
As palavras mudaram.
Mas as pessoas nunca mudam.
É tudo uma história dentro de outra história dentro de outra história que ja ví antes.
O tempo não retrocede.
Não sei como aconteceu. Talvez a Morte sentira pena de mim, mas a verdade é que me lembro.

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